segunda-feira, 21 de março de 2011

Frutas e Relacionamentos




Há milhares de frutas disponíveis na feira, e quando não levamos a podre, escolhemos a mais bonita, a mais viçosa, a mais macia, e acabamos devorando-a com todo o desejo e voracidade pra depois termos uma indigestão e passarmos o dia seguinte chorando abraçada no vaso.

Na semana seguinte, vai a feira novamente. Você sabe que determinada fruta te faz mal, mas tudo o que você quer é levá-la para casa e tirá-la do mercado da disponibilidade, sem se importar se você vai sofrer, mesmo sabendo que o roteiro não mudou.
Nos relacionamentos humanos é mais ou menos assim. Você gosta tanto de alguém que não importa o amanhã. Você só quer ter a pessoa ao seu lado. Amá-la, devorá-la, com todo o apetite, com toda a vontade.
Não interessa se essa pessoa te faz sofrer, te causa dor, mal estar, te fala ás vezes com tanto desprezo, te machuca.
Você quer, você ama determinada pessoa e isso basta... os dias que hão de vir são consequências.

Mamão me faz mal, mas eu quero mamão. Não quero outra fruta.

segunda-feira, 14 de março de 2011

Coleção

Estou fazendo uma coleção de desilusões, de quases, de incertezas, de vontades.
Todos os dias depois das 6, tiro o pó daquela velha memória que ficou no fundo da prateleira, atrás da saudade.
Dia desses, fui passar um pano úmido no meu coração, o qual tinha guardado na estante por não usá-lo mais. Quando coloquei-o em seu devido lugar, já batia descompassadamente, enferrujado o coitado, por não saber mais como amar.

quarta-feira, 9 de março de 2011

O Saber

Roupa nova, paixão nova, memória fraca.
Friozinho na barriga, calafrios na espinha
Seria o doce, ou apenas quem dera que fosse?
Se não queres acreditar, porque acreditar?
Porque não arriscar-se se não há nada a perder?
Se tens medo de falhar, porque tentar?
Nada é mais gratificante que o saber.

A Saudade

A saudade faz com que você veja um rosto em vários rostos.
O celular toca sem tocar.
A gente sonha sem dormir.
A perna bamba sem sambar.
A boca falha mas sorri.
Querer sem querer.
Se eu pudesse escolher, e comandar a emoção
Não daria tanta vazão, as coisas que vem do coração.

(é perigoso, mas tão gostoso).

Memórias de Verão

A amizade de verão me deixa tão feliz quanto uma pulga em um cão.
Um dia de sol, mar, canga, juana, óleo, areia... À deriva, à milanesa.
Um sorvetinho inocente só pra começar um dia de ressaca (física, não moral!).
Depois efeitos da fumaça, risadas, conversas, preocupação, paranóia, fuga.
Cadê meu dinheiro, meu "ouro", minha bolsa?
FBI, BOPE, CIA, espiões russos, mira na cabeça, deita no chão, tá enquadrado, manchete de jornal, grades... A mente humana ultrapassa as barreiras da imaginação.
O que era pra ser apenas um sorvetinho inocente, se transformou não apenas no sorvete mais demorado e mais divertido, mas na tarde mais hilária (e atucanante!) da minha vida.

O verão com vocês não tem preço!
Quero sempre assim.